Moto
“Entende-se como atividades off-road aquelas realizadas fora de vias pavimentadas, em terrenos irregulares, como trilhas, estradas de terra e áreas naturais em veículos de tração animal, humana ou automotor.”
Quando falamos de off-road em motos, há várias referências históricas, culturais e esportivas importantes que podemos explorar por aqui:
- Motocross: surgiu na Europa (Inglaterra e França) ainda no início do século XX, derivado do trial e corridas em terrenos irregulares.
- Enduro: modalidade tradicional do off-road em motos, com provas de longa duração e resistência, presente no Brasil desde os anos 70.
- Rally: inspirado em competições de longa distância, como o Rally Dakar, que marcou profundamente a cultura off-road mundial.
- Trilha Recreativa: muito forte no Brasil, especialmente em Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Paraná, com encontros de clubes e confrarias de treieiros.
Cultura Off-Road em Motos no Brasil
- Os treieiros formaram uma comunidade cultural de amizade, solidariedade e ligação com a natureza.
- Pontos de encontro, como bares e praças em cidades do interior (ex: bar do Augustino, Bar e Restaurante Dona Dica, Bar do Engenho, Bar do Marcinho em Macacos/Nova Lima. Em casa Branca Branca o Bar do Tinô Brumadinho/MG, etc.), se tornaram marcos culturais.
- Eventos, enduros e rallies regionais são patrimônios imateriais do motociclismo off-road brasileiro.
Modalidades e Referências Técnicas
- Motocross (MX) – pista fechada, saltos e velocidade.
- Enduro – regularidade, velocidade, resistência e navegação.
- Hard Enduro – trilhas extremas, muito popular atualmente.
- Rally – percursos longos, com navegação e desafios variados.
- Trial – habilidade e equilíbrio, pouco difundido no Brasil, mas importante na história.
RALLY SÃO FRANCISCO: A SEMENTE DO OFF-ROAD NOS SERTÕES
AS MARGENS DO VELHO CHICO… ILUMINADO POR VERSOS DE GUIMARÃES ROSA… SEGUIA UM DESTEMIDO CHICO MORAIS…
Em 1991, o Brasil viveu um marco histórico no motociclismo off-road: o Rally São Francisco, primeira competição do gênero realizada em solo latino-americano. Mais que uma prova de resistência, foi uma jornada de descoberta, união e respeito à natureza.
Idealizado pelo arquiteto Francisco “Chico” Morais, o evento nasceu inspirado nos grandes ralis internacionais, como o Paris-Dakar, mas ganhou identidade própria ao percorrer o caminho do Velho Chico, de sua nascente na Serra da Canastra (MG) até a foz em Maceió (AL). Foram mais de 3.300 km em nove dias, reunindo 43 motociclistas que desbravaram estradas de terra, trilhas, areais e rios, movidos pela paixão e pela coragem.
Divididos em duas categorias — até 250 cc e acima de 250 cc —, os pilotos encararam não apenas os desafios técnicos do trajeto, mas também uma experiência cultural e ambiental única. O rally buscava chamar atenção para a preservação do Rio São Francisco, símbolo de vida e identidade para tantas comunidades brasileiras.
Embora tenha acontecido apenas uma vez, em janeiro de 1991, o Rally São Francisco deixou um legado imenso: tornou-se o embrião do Rally dos Sertões, criado em 1993 e hoje consolidado como o maior rally da América Latina.
O Rally São Francisco não foi apenas uma corrida. Foi um marco de pioneirismo, uma celebração da aventura e da amizade, e o início de uma tradição que segue viva na memória da comunidade off-road brasileira.
Bernardo Magalhães (conhecido como “Bê”)
- Foi o grande vencedor na categoria motos do Rally São Francisco de 1991.
- Era natural de Minas Gerais, e, entre os 43 pilotos que disputaram o evento (nas categorias até 250 cc e acima de 250 cc), ele se destacou como vencedor geral.
Quer saber mais leia o livro: NO BRASIL: O PRIMEIRO RALLY CROSS-COUNTRY BRASILEIRO
Capa comum | Por Filho, Francisco Morais de Souto.
Ribeirão Preto, SP: Ed. Do Autor, 2007
N.º de Páginas: 76 | Idioma: Português | Dimensões: 14,8x21cm | ISBN: 978-85-907493-0-1
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