Fotos doadas por Paulo Henrique “FIOTE”
Fotos doadas por Ricardo Machado “BROA”
Durante a década de 1980, o cenário off-road em Minas Gerais vivia seu auge, especialmente nos arredores de Nova Lima. Com o lançamento de motocicletas como a Yamaha DT180 e a Honda XL250, as trilhas da região se transformaram em um verdadeiro paraíso para os apaixonados por aventura. Aos finais de semana, mais de 4.000 motos podiam ser vistas em ação, dominando as trilhas e proporcionando um espetáculo para o público.
No centro desse fervor estava o Circuito Rio Verde, às margens da BR-040, em Nova Lima (MG), que era considerado uma das pistas mais belas do Brasil. Sua localização privilegiada permitia uma visão ampla de todo o circuito, e as disputas intensas aconteciam bem próximas ao público, que lotava as arquibancadas e as encostas dos morros ao redor.
Um dos maiores desafios da pista era o famoso “subidão da Montesa”, situado próximo ao condomínio Jardim Monte Verde. A subida íngreme exigia muita habilidade e coragem, sendo acessível apenas para pilotos experientes e montados em motos especialmente preparadas. Nesse cenário, diversos nomes lendários do off-road brasileiro se destacaram, como (1) Pedro Bernardo Raymundo, conhecido como “Moronguinho”, (2) Luiz Coelho, (3) Álvaro Candido Filho, apelidado de “Paraguaio”, (5) Ademir Silva, (14) Ylton Veloso Cavalcanti Filho, o “Paraibinha”, (15) Roberto Boettcher e (100) Nivanor Bernardes, o “Touro do Paraná”…
ANOS 80: O AUGE DO OFF-ROAD EM NOVA LIMA/MG E A LENDÁRIA PISTA DO CIRCUITO RIO VERDE
…As fotografias da época retratam, além das competições, o apoio da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), da equipe médica liderada pelo Dr. Ruben Goldstein, e as motocicletas que marcaram uma geração, como a recém-lançada Honda XL250. A Motocity Honda, uma das maiores incentivadoras do off-road em Minas e no Brasil, estampava seu logotipo com orgulho no circuito, mostrando a força do motociclismo na região.
Além das emocionantes corridas de motos, o Circuito Rio Verde também foi palco de eventos de AutoCross. Roberto Lima, proprietário da área, trouxe para o local protótipos inovadores que inauguravam a modalidade. Numa tarde no Rio Verde KartClub, uma das pistas do circuito, uma Belina estacionava. Para a surpresa dos presentes, dela descia ninguém menos que Ayrton Senna, que na época também se aventurava pilotando “carrinhos” no kart.
O circuito também abrigou Bajas e serviu como campo de teste para pilotos da Fiat. Contudo, com o tempo, parte dessa história acabou enterrada pelo rejeito de minério de ferro, enquanto outra parte foi literalmente exportada para outros países. Hoje, as lembranças dessa era gloriosa continuam vivas na memória dos que viveram e acompanharam esse capítulo de ouro do off-road em Minas Gerais.
Na década de 1980, o cenário do off-road no Brasil estava em plena formação. Os “treieiros”, como eram chamados os praticantes da modalidade, se reuniam em cidades cercadas por trilhas de beleza natural impressionante. Um desses locais emblemáticos era Sete Lagoas, em Minas Gerais, conhecida por suas paisagens deslumbrantes e pela Serra de Santa Helena.
As fotos cedidas por Ricardo Machado, conhecido como “Broa”, capturam momentos históricos dessa era pioneira. Entre os desbravadores do off-road, destacam-se Broa, João FBM, Duílio, Paulinho Stradito (piloto Yamaha), Fiotinho e Paulão. Em uma das imagens, o grupo aparece encostado em um Fiat 147 Spazio, com a lagoa central e a majestosa Serra de Santa Helena ao fundo.
A Serra de Santa Helena foi palco de momentos marcantes para o motociclismo brasileiro. Foi lá que um jovem chamado Jorge Negretti estreou no motocross, durante o evento “Hollywood”. A narração inesquecível de “ZEZITO”, conhecido como a “voz do off-road brasileiro”, eternizou Negretti como o “Loirinho Maravilha”, um apelido que simbolizou o início de uma trajetória vitoriosa no esporte.
Essas imagens não retratam apenas motos e trilhas, mas contam histórias de cidades, pessoas e da comunidade off-road em seu habitat natural. A Serra de Santa Helena, por sua vez, era o quintal de Luiz Felipe Costa Cairo, o “SAPÃO”. Ele foi uma figura essencial para o desenvolvimento do off-road.
Sapão organizou a COPA FROG OFF ROAD DE CROSS COUNTRY E ENDURO DE REGULARIDADE na década de 2000. Além disso, participou de competições tradicionais como piloto e membro do staff do Enduro da Independência. Seu profundo conhecimento das trilhas de Sete Lagoas o capacitou a realizar eventos em várias cidades da região, consolidando seu legado no universo off-road.
“Sapão era conhecido por não usar luvas e nem colete (suas mãos eram muito grandes e não encontrava luvas que lhe servissem)”. Gustavo “Cueca” Figueiredo
Fotos doadas por Ricardo Machado “BROA”
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